Cresce preocupação global com gripe suína; mortos passam de 100

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Governos de todo o mundo se mobilizam na segunda-feira para tentar conter uma possível pandemia de gripe, causada por um vírus que já matou 103 pessoas no México e chegou aos EUA e talvez até à Oceania.

O dólar, o peso mexicano, as Bolsas asiáticas e o petróleo se desvalorizaram devido às preocupações com a gripe.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu ativar a sua "sala de guerra", um centro de comando que funciona 24 horas por dia. Não foram verificadas mortes fora do México, mas já houve 20 casos identificados nos EUA e 6 no Canadá e um na Espanha. Possíveis casos estão sendo verificados até na Europa, em Israel e na Nova Zelândia.

Os países reforçaram a vigilância em portos e aeroportos, usando sensores e câmeras térmicas para localizar pessoas com febre.

O gabinete japonês realizou uma reunião de emergência na qual decidiu priorizar a produção de uma nova vacina. Autoridades de toda a Ásia tentaram tranqüilizar suas populações, afirmando haver estoques suficientes de medicamentos para enfrentar o surto.

A nova cepa mistura vírus humanos, suínos e aviários, e representa o maior risco de uma pandemia (epidemia global) desde o surgimento da gripe aviária, em 1997, que matou centenas de pessoas. Em 1968, uma pandemia da chamada "gripe de Hong Kong" matou cerca de 1 milhão de pessoas no planeta.

Os Estados Unidos declararam emergência pública sanitária no domingo. Embora a maioria dos casos fora do México seja relativamente benigna, uma dirigente do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) afirmou que podem ocorrer mortes nos EUA.

A OMS declarou que a gripe é uma "emergência de saúde pública de preocupação internacional", capaz de se transformar em pandemia. Um virologista que ajudou a combater os surtos de Sars (síndrome respiratória aguda grave) e gripe aviária em 2003 na Ásia disse que aquele continente pode novamente ser o mais afetado por uma nova pandemia.

"Estamos na contagem regressiva para uma pandemia", disse Guan Yi, da Universidade de Hong Kong, que ajudou a apontar a civeta (um mamífero) como origem da Sars.

"Acho que a difusão do vírus em humanos possivelmente não possa ser contida em um intervalo curto (...), já há casos em quase todas as regiões. O quadro está mudando a cada momento."

Estima-se que uma pandemia poderia causar prejuízos globais de trilhões de dólares, num momento em que o planeta já atravessa sua pior crise econômica em várias décadas.

Os investidores da Ásia estão muito cientes dos possíveis prejuízos, tendo visto os efeitos da Sars sobre a economia de Hong Kong e arredores, seis anos atrás, e também a constante preocupação com os casos de gripe aviária nos últimos anos.

MÉXICO FECHADO

Mas desta vez o epicentro da crise é o México, grande exportador de petróleo, café e bens industriais. Na noite de domingo, o ministro da Saúde, José Angel Córdova, disse que a gripe já havia matado 103 pessoas, e que cerca de 400 haviam sido hospitalizadas. A boa notícia é que a maioria dos pacientes tem se recuperado.

As escolas de vários Estados mexicanos continuam fechadas nesta semana, e a capital do país, uma das maiores metrópoles do mundo, praticamente parou. Bares, museus e estádios deixaram de funcionar, e muitos escritórios dispensaram seus funcionários.

Muita gente preferiu passar o fim de semana em casa, ou saiu com as máscaras cirúrgicas azuis distribuídas por soldados em caminhões. As ruas permaneceram estranhamente pacatas, e o governo cogita suspender o transporte público.

"A ideia de passar dez dias em casa com duas crianças pequenas, sem bares, sem museus, não tem nada de atraente, então vou para San Diego", disse a norte-americana C.R. Hibbs, que vive no México.

A redução do consumo em lojas e restaurantes nesta semana deve afetar ainda mais a economia do México, que já enfrenta os efeitos da crise econômica e de uma guerra entre cartéis de drogas.

O prefeito da capital, Marcelo Ebard, disse que a situação excepcional na cidade pode durar dez dias. Bem longe dali, no balneário de Acapulco, centenas de boates estão fechadas.

A Feria de San Marcos, um dos principais eventos anuais do país, na cidade de Aguascalientes (centro), também foi cancelada, para frustração dos fãs desse evento com muita tourada, bebida e música.

No fim de semana, as igrejas não abriram suas portas, e os fiéis tiveram de se contentar com missas celebradas pelo rádio e pela TV. Batismos e crismas foram cancelados, e a Igreja cogita remarcar casamentos.

O ministro das Finanças, Agustín Carstens, disse que o impacto da gripe será "transitório", mas o peso, já enfraquecido devido à crise, caiu 3 por cento no pregão eletrônico de domingo à noite.

A gripe é caracterizada por febre repentina, dores musculares, dor de garganta e tosse seca. As vítimas da nova cepa também têm sofrido vômitos e diarreia.

(Reportagem adicional de Stephanie Nebehay, em Genebra; Maggie Fox, Emily Kaiser e Lesley Wroughton, em Washington; Helen Popper, Miguel Gutierrez e Alistair Bell, na Cidade do México, e Tan Ee Lyn, em Hong Kong)

Sismo de escala 5.6 na escala de Richter abala México

Um sismo de magnitude 5.6 na escala de Richter abalou esta tarde o México. O tremor de terra teve epicentro a 30 quilómetros Sul-Sudeste de Tixtla, Guerrero, a cerca de 240 quilómetros da Cidade do México. Não há até ao momento vítimas a registar.

O abalo foi sentido na Cidade do México. Há relatos de edifícios que abanaram devido à intensidade do sismo.

Várias pessoas foram retiradas, por precaução, de alguns edifícios.

Responsáveis da Protecção Civil indicaram há momentos que não há registo de vítimas mortais ou danos materiais na capital do país, que fica a mais de 200 quilómetros do epicentro do abalo.

Terramotos com esta intensidade são considerados fortes e podem provocar danos severos.


EUA recomendam lavar as mãos e usar máscara contra gripe suína

"Lave as mãos." Essa é o principal conselho do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos para prevenir a infecção pelo vírus da gripe suína, que matou 22 pessoas no México e fez pessoas doentes nos Estados Unidos e Canadá.

De acordo com o órgão, esse vírus se dissemina entre as pessoas da mesma forma que o da gripe "convencional", por meio de gotículas emitidas pelo espirro ou a tosse do doente. Por isso, é recomendável evitar o contato com pessoas infectadas --se estiver doente, evite grandes aglomerações, para não espalhar o vírus. É recomendável inclusive usar máscaras.

Também é possível ser infectado ao tocar superfícies que contenham o vírus e depois levar a mão à boca, ao nariz ou aos olhos. Por isso, é preciso lavar as mãos com frequência, por 15 a 20 segundos, usando água e sabão ou até gel à base de álcool.

O CDC afirma que o doente pode transmitir o vírus um dia antes de começar a sentir os sintomas. "Isso significa que você pode passar a gripe para alguém antes mesmo de se sentir doente", diz o órgão. Sete dias depois do aparecimento dos sintomas ainda é possível transmitir o vírus.

O órgão recomenda o uso dos remédios oseltamivir --que é comercializado com o nome de Tamiflu-- e zanamivir (Relenza) para o tratamento e a prevenção à gripe suína. "Se você ficar doente, remédios antivirais podem fazer a doença 'ficar mais fraca' e fazer com que você se sinta melhor mais rápido. Eles também devem evitar maiores complicações", afirma o CDC.

De acordo com o CDC, não há vacina para a gripe suína, mas essas precauções simples podem ajudar a conter a epidemia.

Fonte: Folha Online

Gripe suína mata 103 no México e coloca mundo em alerta

Autoridades de saúde mundiais intensificaram, nesta segunda-feira, a luta contra a gripe suína após o governo mexicano informar que o número provável de mortos pelo vírus subiu para 103. No entanto, até o momento, foram confirmados 22 casos. O governo dos Estados Unidos declarou ontem estado de emergência pública, depois que 20 casos da doença foram confirmados em cinco Estados do país. Canadá. Nova Zelândia, França, Espanha, Reino Unido e Israel também também registram suspeita de cidadãos contaminados com o virus.

Saiba como a gripe suína se espalha entre humanos

O ministro da Saúde mexicano, José Angel Córdova, anunciou ontem (26) na televisão que o número das pessoas hospitalizadas devido à epidemia se situava em cerca de 400. O ministro afirmou também que já foram notificados mais de 1.600 casos suspeitos de gripe suína e que cerca de 1.000 pessoas conseguiram se curar e foram liberadas dos hospitais.

Empréstimo de US$ 205 mi

Para ajudar o México a enfrentar a epidemia da gripe suína, o Banco Mundial (Bird) aprovou um empréstimo emergencial de US$ 205 milhões para o país. Desse valor, US$ 25 milhões serão liberados imediatamente para a aquisição de remédios e equipamentos médicos para detectar e diagnosticar a doença.

Em São Paulo, um homem foi internado com sintomas de gripe, mas o médico acredita não ser gripe suína.

Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) dizer que a doença tem potencial para se espalhar e se tornar uma pandemia, a organização afirma que o mundo está "bem preparado" para ela.

Margaret Chan, diretora da OMS (Organização Mundial da Saúde), reforçou a necessidade de todos os países adotarem medidas de prevenção. "Os países que ainda não foram atingidos devem aumentar sua vigilância", advertiu a diretora.

Reino Unido, Brasil, Hong Kong e Coreia do Sul estão advertindo passageiros que embarcam e desembarcam dos EUA e México sobre a doença.

EUA
A secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jannet Napolitano, disse no domingo (26) que a saúde pública do país vive uma "situação de emergência" devido à propagação do vírus da gripe suína, embora o diretor dos centros de controle de doenças e prevenção tenha afirmado que todos os casos do país são brandos.

"Não há razão para pânico entre os americanos", disse o o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

Além dos oito estudantes de uma escola de Nova York que viajaram para o México recentemente, os Estados Unidos também têm sete casos na Califórnia, dois no Texas, dois em Kansas e um em Ohio.

Outros países
O Canadá divulgou os primeiros casos confirmados de gripe suína no domingo em diferentes regiões do país, com dois casos na província de British Columbia, no oeste, e quatro na província de Nova Scotia, na costa do Atlântico.

"Estes casos são brandos. Todos aqueles que foram afetados estão se recuperando. Até este momento, não vemos casos graves como aqueles no México", disse Robert Strang, autoridade-chefe de saúde pública da província de Nova Scotia.

Já as autoridades da França examinam cinco casos suspeitos de gripe suína em pessoas recém-chegadas do México e dos Estados Unidos, dos quais três foram detectados no norte do país, disse à agência Efe um porta-voz da Prefeitura de Lille.

Na Nova Zelândia dez estudantes que fazem parte de um grupo que viajou para o México estão com o vírus da gripe tipo A, o que, apesar de não ser um resultado definitivo, aumenta a chance de que eles estejam infectados pela gripe suína, de acordo com o ministro da Saúde Tony Ryall.

Pessoas que acabaram de voltar do México e apresentam sintomas de gripe estão sendo isoladas e examinadas na Espanha, Reino unido, Israel e Brasil.

O que é a gripe suína
O vírus da gripe suína tipicamente afeta porcos e não humanos. Mas o vírus sofreu mutações com misturas entre vírus que atacam suínos, aves e humanos.

O vírus H1N1 é a mesma variedade que causa epidemias de influenza em humanos. É transmitido, entre pessoas, principalmente por espirros e tosses.

Os sintomas são febre superior a 39ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.

Embora já existam remédios que parecem ser eficazes contra o vírus, especialistas querem saber a razão de algumas pessoas ficarem gravemente doentes enquanto outras apresentam apenas sintomas mais leves de gripe.

*Com informações da Agência Estado, Reuters, EFE e BBC

ELEIÇÕES EM SP: Lula na carrea ta de Marta Suplicy

Lula entra na campanha de Marta com a cara,
a coragem e popularidade em alta




Como prometido, Lula pôs os dois pés na campanha municipal de 2008. Abriu sua participação por São Paulo, Estado em que o PT tem o PSDB como principal rival.


No início da tarde deste sábado (30), Lula desfilou em carro aberto ao lado de Marta Suplicy (PT) e do vice dela, Aldo Rebelo (PCdoB).


Mais atrás, noutro carro, seguiam um par de deputados –Arlindo Chinaglia e Luiza Erundina—e outro de senadores –Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy.


A carreata percorreu ruas do bairro de São Miguel Paulista, um reduto nordestino encravado na capital paulista.


Lula dá as caras em São Paulo num instante em que Marta está bem-posta nas pesquisas. Segundo o Datafolha, ela lidera com 39%.


Ao associar sua imagem à de Lula, Marta tenta dar um salto nas sondagens eleitorais. Estima-se no comitê do PT que, se chegar a 47%, a candidata pode liquidar a fatura no primeiro turno.

São notórias, porém, as dúvidas quanto à perspectiva de transferência de prestígio de um político para outro.


De São Paulo, Lula voará para São Bernardo. Ali, participa de comício do candidato petista Luiz Marinho, ex-ministro da Previdência. O evento está marcado para as 18h.

Ainda na noite deste sábado (30), Lula subirá em outro palanque. Dessa vez na vizinha Diadema. Pedirá votos para o petista Mário Reali.


No domingo, Lula participa do terceiro e último comício deste final de semana. Será em Santo André. Cidade em que o PT disputa a prefeitura com Vanderlei Siraque.


Nos próximos dois finais de semana, o presidente planeja fazer campanha em outras cidades. Já escolheu três: Curitiba (PR), Vitória (ES) e Natal (RN).


Fonte: Blog do Josias

Ministro Gilmar Mendes, foi espionado por agentes a serviço da Agência Brasileira de Inteligência.

A Abin gravou o ministro

Diálogo comprova que espiões do governo grampearam
o presidente do Supremo Tribunal Federal. Autoridades
federais e do Congresso também foram vigiadas


NA SOMBRA
Paulo Lacerda, diretor da Abin, está no epicentro do escândalo. Além de coordenar secretamente uma operação policial que nem o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa (à dir.),
conhecia, a agência que ele dirige grampeou ilegalmente os telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal, de ministros do governo Lula e de parlamentares


Há três semanas, VEJA publicou reportagem revelando que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, foi espionado por agentes a serviço da Agência Brasileira de Inteligência. O diretor da Abin, Paulo Lacerda, foi ao Congresso e negou com veemência a possibilidade de seus comandados estarem envolvidos em atividades clandestinas. Sabe-se, agora, que os arapongas federais não só bisbilhotaram o gabinete do ministro como grampearam todos os seus telefones no STF. VEJA teve acesso a um conjunto de informações e documentos que não deixam dúvida sobre a ação criminosa da agência. O principal deles é um diálogo telefônico de pouco mais de dois minutos entre o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), gravado no fim da tarde do dia 15 de julho passado. A conversa, reproduzida na página anterior, não tem nenhuma relevância temática, mas é a prova cabal de que espiões do governo, ao invadir a privacidade de um magistrado da mais alta corte de Justiça do país e, por conseqüência, a de um senador da República, não só estão afrontando a lei como promovem um perigoso desafio à democracia.

O diálogo entre o senador e o ministro foi repassado à revista por um servidor da própria Abin sob a condição de se manter anônimo. O relato do araponga é estarrecedor. Segundo ele, a escuta clandestina feita contra o ministro Gilmar Mendes, longe de ser uma ação isolada, é quase uma rotina em Brasília. Os alvos, como são chamadas as vítimas de espionagem no jargão dos arapongas, quase sempre ocupam postos importantes. Somente neste ano, de acordo com o funcionário, apenas em seu setor de trabalho já passaram interceptações telefônicas de conversas do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, e de mais dois ministros que despacham no Palácio do Planalto – Dilma Rousseff, da Casa Civil, e José Múcio, das Relações Institucionais. No Congresso, a lista é ainda maior. Segundo o araponga, foram grampeados os telefones do presidente do Senado, Garibaldi Alves, do PMDB, e dos senadores Arthur Virgílio, Alvaro Dias e Tasso Jereissati, todos do PSDB, e também do petista Tião Viana. Esse último, conforme o araponga, foi alvo da interceptação mais recente, que teve o objetivo "de acompanhar como ele está articulando sua candidatura à presidência do Senado". No STF, além de Gilmar Mendes, o ministro Marco Aurélio Mello também teve os telefones grampeados.

As gravações ilegais feitas pela Abin servem de base para a elaboração de relatórios que têm o presidente da República como destinatário final. Isso não quer dizer que Lula necessariamente tenha conhecimento de que seus principais assessores estejam grampeados ou que avalize a operação. Os agentes produzem as informações a partir do que ouvem, mas sem identificar a origem. Por serem ilegais, depois de filtradas, as gravações são destruídas. A do ministro Gilmar Mendes foi preservada porque, ao contrário das demais, ela foi produzida durante uma parceria feita entre a Abin e a Polícia Federal na operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, no início de julho. Os investigadores desconfiavam de uma suposta influência do banqueiro no STF e decidiram vigiar o presidente da corte. Gilmar Mendes já havia sido informado de que alguns comentários que ele fez com assessores no interior do gabinete tinham chegado ao conhecimento de outras pessoas – uma evidência de que suas conversas estavam sendo ouvidas. Desconfiado, solicitou à segurança do tribunal que providenciasse uma varredura. Os técnicos constataram a presença de sinais característicos de escutas ambientais, provavelmente de aparelhos instalados do lado de fora da corte. Não era só isso. O presidente do STF também tinha os telefonemas de seu gabinete gravados ininterruptamente. A Abin recebia e analisava, por dia, mais de duas dezenas de ligações do ministro. Foi para provar o que dizia que o funcionário mostrou uma delas.



INIMIGOS ÍNTIMOS
O ex-ministro José Dirceu teve seu escritório arrombado em São Paulo. Os ladrões só levaram a CPU do computador, embora houvesse outros objetos de valor. Dirceu aponta os espiões do governo como responsáveis pela invasão e acusa o ministro da Justiça, Tarso Genro, e a Abin de estarem por trás das ações clandestinas. A suspeita, gravíssima, já foi informada por Dirceu ao presidente Lula. O ex-ministro diz que foi advertido sobre a perseguição, que incluía grampos clandestinos em seus telefones e nos de seus familiares

De acordo com os registros, o senador Demóstenes Torres ligou para o ministro Gilmar Mendes às 18h29 para tratar de um problema relacionado à CPI da Pedofilia. Na ocasião, Mendes não pôde atender porque estava a caminho do Palácio do Planalto para uma audiência com o presidente Lula. Três minutos depois, às 18h32, a secretária retornou a ligação para o gabinete do senador e a transferiu para o celular do ministro. A conversa foi rápida. O presidente do Supremo agradeceu a Torres pelo pronunciamento no qual havia criticado o pedido de impeachment protocolado contra ele no Congresso. Na semana anterior, Mendes havia mandado soltar o banqueiro Daniel Dantas, o que provocou, além do pedido de impeachment, uma barulhenta reação da polícia e do Ministério Público. As entidades enxergaram na decisão do ministro – polêmica, mas felizmente tomada sob inspiração das leis vigentes – uma tentativa de impedir a punição dos corruptos. A Polícia Federal e a Abin interpretaram a decisão como uma confirmação de que alguma coisa errada se passava no gabinete do ministro e decidiram intensificar as ações ilegais. A partir daí, o presidente do Supremo e seus assessores mais próximos passaram a ser ouvidos, grampeados e seguidos pelos arapongas.

O diálogo em poder da Abin foi apresentado ao ministro Gilmar Mendes e ao senador Demóstenes Torres. Ambos confirmaram o teor da conversa, a data em que ela aconteceu e reagiram com indignação. "Não há mais como descer na escala da degradação institucional. Gravar clandestinamente os telefonemas do presidente do Supremo Tribunal Federal é coisa de regime totalitário. É deplorável. É ofensivo. É indigno", disse o ministro, anunciando que vai pedir providências diretamente ao presidente Lula. "Não acredito que a ação da Abin ou da Polícia Federal seja oficial, com o conhecimento do governo, mas cabe ao presidente da República punir os responsáveis por essa agressão", acrescentou Mendes. O senador Demóstenes Torres também protestou: "Essa gravação mostra que há um monstro, um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes". O parlamentar informou que vai cobrar uma posição institucional do presidente do Congresso, Garibaldi Alves, sobre o episódio, além de solicitar a convocação imediata da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso para analisar o caso. "O governo precisa mostrar que não tem nada a ver e nem é conivente com esse crime contra a democracia."

A atuação descontrolada dos arapongas oficiais está provocando crises dentro do próprio governo. Em conversas reservadas com assessores, Gilberto Carvalho, o chefe de gabinete do presidente Lula, que também foi vítima de espionagem clandestina, suspeita de uma conspiração em andamento para criar dificuldades ao governo. A teoria ganhou um reforço de um peso pesado do petismo. O ex-ministro José Dirceu, acostumado a freqüentar o noticiário como suspeito de alguma coisa, tem contado a amigos que é vítima de uma intensa perseguição de arapongas. A mais explícita, segundo ele, aconteceu em março passado. Um advogado, muito amigo do ex-ministro, recebeu a informação de que os telefones de Dirceu, de seus advogados e de alguns familiares estariam clandestinamente grampeados. Além disso, o escritório de Dirceu em São Paulo sofreria uma "entrada" – no jargão dos arapongas isso significa uma invasão clandestina disfarçada de roubo. O alerta, segundo o advogado, foi feito por um policial. Dias depois, o escritório do ex-ministro foi invadido. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia, eram ladrões diferenciados, pois não se interessaram em levar uma televisão de plasma, uma cafeteira italiana, celulares e objetos de valor. Furtaram apenas a CPU do computador. Os "ladrões" também não deixaram marcas nas portas nem impressões digitais. A polícia paulista informou que o crime provavelmente foi praticado por uma gangue de catadores de papel.

No fim de junho, José Dirceu avisou o presidente Lula que estava sendo vítima de operações ilegais e que suspeitava da ação conjunta da Polícia Federal e da Abin. Em público, o ministro não faz acusações diretas contra ninguém, mas, para o presidente, ele foi explícito: Dirceu acusa o atual diretor da Abin, Paulo Lacerda, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, de estarem por trás de um complô para prejudicá-lo, recorrendo a supostas ações ilegais contra ele, inclusive a invasão do escritório. "Mandei também avisar o presidente que estava sendo escutado ilegalmente", disse o ex-ministro a um interlocutor na semana passada. Dirceu considera Tarso Genro, que é do PT, mas de uma corrente interna diferente da sua, como desafeto político. O ministro da Justiça estaria usando o aparato policial contra Dirceu para tentar minar sua influência no partido. Paranóia? Talvez. O fato é que a ação clandestina dos arapongas, sejam eles da Abin ou ligados à Polícia Federal, está criando entre políticos, magistrados e autoridades em Brasília um clima que não se percebia desde os tempos do velho SNI, o serviço de inteligência criado no regime militar, que serviu, por mais de duas décadas, como instrumento de perseguição de adversários. Havia mais de um ano que o ministro Gilmar Mendes suspeitava que seus telefones estavam sendo grampeados. Parecia paranóia.



GILMAR MENDES
"Gravar clandestinamente os telefones do presidente do STF é coisa de regime totalitário. É deplorável. É ofensivo. É indigno"
DEMÓSTENES TORRES
"Há um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes"

Gilmar Mendes – Oi, Demóstenes, tudo bem? Muito obrigado pelas suas declarações.

Demóstenes Torres – Que é isso, Gilmar. Esse pessoal está maluco. Impeachment? Isso é coisa para bandido, não para presidente do Supremo. Podem até discordar do julgado, mas impeachment...

Gilmar – Querem fazer tudo contra a lei, Demóstenes, só pelo gosto...

Demóstenes – A segunda decisão foi uma afronta à sua, só pra te constranger, mas, felizmente, não tem ninguém aqui que embarcou nessa "porra-louquice". Se houver mesmo esse pedido, não anda um milímetro. Não tem sentido.

Gilmar – Obrigado.

Demóstenes – Gilmar, obrigado pelo retorno, eu te liguei porque tem um caso aqui que vou precisar de você. É o seguinte: eu sou o relator da CPI da Pedofilia aqui no Senado e acabo de ser comunicado pelo pessoal do Ministério da Justiça que um juiz estadual de Roraima mandou uma decisão dele para o programa de proteção de vítimas ameaçadas para que uma pessoa protegida não seja ouvida pela CPI antes do juiz.

Gilmar – Como é que é?

Demóstenes – É isso mesmo! Dois promotores entraram com o pedido e o juiz estadual interferiu na agenda da CPI. Tem cabimento?

Gilmar – É grave.

Demóstenes – É uma vítima menor que foi molestada por um monte de autoridades de lá e parece que até por um deputado federal. É por isso que nós queremos ouvi-la, mas o juiz lá não tem qualquer noção de competência.

Gilmar – O que você quer fazer?

Demóstenes – Eu estou pensando em ligar para o procurador-geral de Justiça e ver se ele mostra para os promotores que eles não podem intervir em CPI federal, que aqui só pode chegar ordem do Supremo. Se eles resolverem lá, tudo bem. Se não, vou pedir ao advogado-geral da Casa para preparar alguma medida judicial para você restabelecer o direito.

Gilmar – Está demais, não é, Demóstenes?

Demóstenes – Burrice também devia ter limites, não é, Gilmar? Isso é caso até de Conselhão.

(risos)

Gilmar – Então está bom.

Demóstenes – Se eu não resolver até amanhã, eu te procuro com uma ação para você analisar. Está bom?

Gilmar – Está bom. Um abraço, e obrigado de novo.

Demóstenes – Um abração, Gilmar. Até logo.


Autores:
Policarpo Junior e Expedito Filho

Fonte: Revista Veja

Morre Olavo Setubal

Olavo Egydio Setubal, do banco Itaú, morre aos 85 anos em São Paulo

Morreu na manhã desta quarta-feira, aos 85 anos, o empresário Olavo Egydio Setubal, presidente do conselho de administração da Itaúsa, holding que controla a instituição financeira Itaú. Ele morreu por volta das 8h15, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, de insuficiência cardíaca.

O velório será realizado no Centro Empresarial Itaúsa, no Jabaquara, a partir das 16h de hoje e das 10h de quinta-feira. O corpo será cremado amanhã, em cerimônia privativa para os familiares.

Olavo Setubal deixa a mulher, Daisy Setubal, e os filhos Paulo, Maria Alice, Olavo Jr., Roberto, José Luiz, Alfredo e Ricardo, noras e 19 netos.

João Sal/Folha Imagem
O empresário Olavo Egydio Setubal morreu aos 85 anos em São Paulo; veja fotos
O empresário Olavo Egydio Setubal morreu aos 85 anos em São Paulo.

Filho do escritor e poeta Paulo Setubal e de Francisca de Souza Aranha Setubal, Olavo perdeu o pai aos 14 anos, passando a ter como referência o tio Alfredo Egydio de Souza Aranha.

Paulistano nascido a 16 de abril de 1923, o banqueiro Olavo Setubal se formou em engenharia em 1945, pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), e logo depois começou a trabalhar como professor-assistente no Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

Após juntar US$ 10 mil --história que sempre gostou de contar--, Setubal e um amigo fundaram a Deca, fabricante peças de fechadura e de torneiras. Em 1953, a companhia adquiriu uma indústria de válvulas de descarga. Com o sucesso, foi chamado por um tio para salvar o Banco Federal de Crédito, então com problemas financeiros.

Assim, firmou de vez sua carreira como banqueiro ao assumir a direção da instituição em 1959, após a morte do tio. Em 1964, comprou o Itaú, cujo forte eram os clientes da área rural. Nos anos 70, após mais aquisições, ele já era o segundo maior banqueiro do país.

Foi prefeito da cidade de São Paulo de 1975 a 1979, no período militar. De março de 1986 a fevereiro de 1987, ocupou a função de ministro das Relações Exteriores. Após sair da pasta, nunca mais retornou à presidência do Itaú.

No final de 1974, foi criada a holding Itaúsa, que além do banco Itaú Holding Financeira (Itaú e Itaú BBA), congrega ainda operações industriais (Duratex, Itautec e Elekeiroz). O Itaú é, ao lado do Bradesco, um dos maiores conglomerados financeiros privados do país, com lucro de R$ 4,084 bilhões no primeiro semestre e uma carteira de crédito de R$ 148 bilhões


Fonte: Folha Online

Eleições a Prefeito de Belo Horizonte - 1ª Pesquisa

Candidato de Aécio e Pimentel em
BH é o 3º em disputa, aponta Ibope





A primeira pesquisa Ibope após a definição dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, divulgada na noite de sábado pela TV Globo, mostra Jô Moraes (PC do B) empatada tecnicamente com Leonardo Quintão (PMDB). Eles aparecem à frente de Marcio Lacerda (PSB).

Lacerda, candidato do governador tucano Aécio Neves e do prefeito petista Fernando Pimentel, está em terceiro lugar, nove pontos percentuais atrás de Jô Moraes. Ela tem 17% das intenções de voto, contra 14% de Quintão e 8% de Lacerda.

A pesquisa foi encomendada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e pela TV Globo. Tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais sob o número 46239/2008.

A candidata do PSTU, Vanessa Portugal, aparece com 4% das intenções de voto, e o ex-deputado federal Sérgio Miranda (PDT) tem 3%.

O sexto lugar é do candidato do DEM, o deputado estadual Gustavo Valadares, com 2%. E em sétimo está André (PT do B), com 1%.

A pesquisa estimulada, no entanto, mostra que 30% dos eleitores ainda não sabem em quem votar ou não opinaram. O Ibope fez a consulta entre os dias 14 e 16 de julho. Foram entrevistados 805 eleitores.


Fonte: Folha de São Paulo


Antes de Protógenes Queiroz, pelo menos dois delegados da Polícia Federal foram alvo de suposta retaliação política

Delegado que prendeu Duda foi afastado


Antes de Protógenes Queiroz, pelo menos dois delegados da Polícia Federal foram alvo de suposta retaliação política: José Castilho, afastado das investigações do caso Banestado, e Antônio Rayol, que virou alvo de processo administrativo depois de prender o publicitário Duda Mendonça numa rinha de galo, em 2004.

Em ambos os casos, o governo alegou critérios técnicos para remover os delegados dos casos que investigavam. Essa prerrogativa é cada vez mais questionada por grande parte dos policiais federais, mobilizados pela aprovação da PEC 549, em trâmite no Congresso.
"Só construiremos uma sociedade justa no dia em que desvincularmos a Polícia Federal do Executivo", diz Castilho, hoje assessor especial do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB). O delegado foi responsável por descobrir o envio ilegal de remessas para o exterior, pelas contas CC5.

A PEC prevê a inclusão dos delegados na carreira jurídica e a colocação dos delegados como autoridade superior no seguimento policial e de segurança pública, equiparando seus vencimentos e prerrogativas aos dos membros do Ministério Público.

"Hoje, a administração tem o direito de mudar o delegado da investigação se achar que não está sendo conduzida como deveria. Queremos permitir que o delegado possa ir até o final num inquérito", diz Antônio Rayol, diretor regional da ADPF (Associação de Delegados da Polícia Federal) no Rio.

A ADPF luta pela prerrogativa da inamovibilidade, de que gozam juízes e promotores. Para Rayol, a mudança na lei ajudaria a evitar especulações.
"No caso do Daniel Dantas, existe a especulação de que, se ele abrir a boca, pode comprometer pessoas poderosas. [Sem a PEC], sempre haverá espaço para esse tipo de suspeita", afirma Rayol.

A proposta enfrenta resistência dos agentes, organizados na FNPF (Federação Nacional dos Policiais Federais). Para o presidente, Marcos Wink, que tem buscado apoio de congressistas, a PEC pode "esfacelar as relações entre delegados e as demais categorias" com a criação da figura do "delegado-juiz".


Fonte: Folha de São Paulo
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

História da vigilância sobre os policiais da Satiagraha

Agentes da PF afirmam que foram vigiados por colegas

Suposta perseguição a policiais do caso Dantas
aconteceu em Brasília, em março e abril


História da vigilância sobre os policiais da Satiagraha
é narrada em um relatório que integra
o inquérito da operação contra banqueiro

Policiais federais que atuam na Operação Satiagraha, que no último dia 8 levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Naji Nahas, disseram ter sido seguidos pelas quadras de Brasília pelo menos seis vezes entre março e abril. Em dois casos, os agentes federais reconheceram, entre os supostos perseguidores, dois servidores do próprio departamento da PF, lotados em Brasília.

As supostas perseguições teriam sido feitas por sete carros diferentes. Quando os policiais foram checar as placas dos carros, descobriram que seis delas apontavam para veículos de marcas e modelos diferentes dos que os seguiram e que uma das placas era falsificada.
A história da vigilância sobre os investigadores da Satiagraha é narrada num relatório da Diretoria de Inteligência Policial da PF que integra o inquérito da operação, de 28 de abril. Dois dias antes, a Folha havia divulgado, com exclusividade, a existência de investigação contra Dantas. Os relatos das perseguições são de "março de 2008" e dos dias 4, 16, 17 e 20 de abril. Portanto, anteriores à reportagem da Folha.

No dia 28, nova suspeita foi relatada. Desta vez, no cemitério Campo da Esperança, quando um policial informou ter reconhecido dois "servidores" da PF, um deles da área administrativa, a quem identificou nominalmente no relatório.

A narrativa mais detalhada é a da noite de 17 de abril. O policial da Satiagraha contou que voltava para casa, por volta das 19h30, quando suspeitou estar sendo seguido. Decidiu então estacionar "numa rua deserta". Esperou ali por algum tempo. Ao deixar a rua, "veio ao seu encontro um Ford EcoSport, com duas pessoas, em alta velocidade". Segundo o policial, os dois "estavam numa atitude clara de procurar alguém, e, no momento em que se depararam com o agente da equipe, ficaram desconcertados, constrangidos, disfarçaram e foram embora". Ao checar a placa, a PF descobriu que se referia a um Ford Ranger prateado.

Treze dias antes, outro agente da PF ligado à Satiagraha teria sido seguido por dois carros ao mesmo tempo, um Santana e um Renault Megane. O policial fez uma "ação de evasão na tentativa de confirmar a vigilância, na qual obteve êxito, pois, ao efetuar duas vezes o "balão" da [quadra] CLS 208, Brasília/DF, foi acompanhado pelos mesmos [carros], que o seguiram até o seu destino".

Os relatos embasaram também um relatório da diretoria de repressão a crimes financeiros da PF, que acusa o grupo ligado ao banqueiro Daniel Dantas de promover "vigilância em cima do delegado Protógenes Queiroz" e de outros policiais. "Em áudios obtidos nas interceptações telefônica e telemática, fica claro o acompanhamento dos passos do delegado [Queiroz], especialmente seus deslocamentos territoriais."

Segundo o documento, após o vazamento da operação, pessoas ligadas a Dantas passaram a buscar informações no Judiciário e "mobilizaram os contatos, conseguindo inclusive alguns dados sobre a presente investigação, com indícios de que, para tanto, tenham ocorrido práticas de tráfico de influência e de corrupção".

Os relatórios da inteligência somam-se a outras desconfianças. Numa conversa gravada com seu superior em Brasília, Protógenes Queiroz cita seu "estranhamento". Respondia à informação de que poderia responder a procedimento administrativo porque uma equipe de TV conseguiu filmar o ex-prefeito Celso Pitta de pijama.

"Já tenho uma investigação a respeito de vazamento e de condutas muito estranhas durante o período todo de investigação, então isso aí pra mim não é novidade, só vou agregar esses fatos ao grande volume de dados que eu já tenho (...), que está sendo informado ao Ministério Público e ao juiz, diuturnamente", disse Queiroz, em ligação de 9 de julho.

A assessoria de comunicação do Departamento da Polícia Federal em Brasília informou que o órgão não comenta o relatório de inteligência nem detalhes da Operação Satiagraha.


Fonte: Folha de São Paulo

Autor:RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Schumacher diz que "parou para o Massa não ficar desempregado"

"Parei para o Massa não ficar desempregado", diz Schumacher



Mais de um ano e meio de sua aposentadoria da Fórmula 1, o heptacampeão mundial Michael Schumacher revelou que se retirou da categoria para salvar a carreira do seu então companheiro de equipe na Ferrari, Felipe Massa.

O alemão, que possui 91 vitórias, 68 poles positions e 1.369 pontos na F-1, deixou a série no final de 2006, após ser vice-campeão, perdendo o título para o espanhol Fernando Alonso.

Divulgação
Para o ano seguinte, já estava contratado o finlandês Kimi Räikkönen e a Ferrari aguardava uma decisão de Schumacher sobre o futuro. Caso o germânico optasse por continuar nas pistas, sobraria para Felipe Massa ficar sem escuderia.

"Eu parei, porque eu não queria que meu amigo Felipe Massa ficasse desempregado", explicou o ex-piloto, de 39 anos, ao jornal suíço Blick. Na época, muitos comentários consideraram que Schumacher estaria com medo de ter Räikkönen como companheiro.

"Eu não teria nenhum problema em correr contra o Kimi Räikkönen", acrescentou o alemão, que irá comparecer ao Grande Prêmio da Alemanha, no circuito de Höckenheim, neste final de semana, local da décima etapa da temporada 2008.

Schumacher, que venceu por quatro ocasiões a corrida de sua casa, irá assistir a segunda prova neste ano, depois de ter aparecido na Espanha, três meses atrás. O heptacampeão também deve participar de um jogo de futebol nesta quarta-feira com o time de pilotos.

Depois da saída de Schumacher, Kimi Räikkönen se sagrou campeão mundial no ano passado (2007), lutando até a última corrida contra os rivais da McLaren Lewis Hamilton e Fernando Alonso. Já Felipe Massa ficou em quarto lugar no campeonato.

Nesta temporada, Massa e Räikkönen dividem a liderança da competição com Hamilton, todos com 48 pontos. E ainda restam nove etapas.

Marido de Ingrid Betancourt admite separação

A ex-refém Ingrid Betancourt e o marido Juan Calos Lecompte após resgate na Colômbia

O publicitário colombiano Juan Carlos Lecompte, marido de Ingrid Betancourt, reconheceu que atravessa "uma situação complicada" e não descartou que sua relação com a ex-refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) "tenha acabado".

O publicitário, que é casado há mais de oito anos com Betancourt, afirmou que uma possível separação "pode acontecer". "Não penso nisso só agora, mas desde antes", comentou.

Lecompte disse entender que a ex-candidata, após mais de seis anos em poder das Farc, queira ficar "só com seus filhos". "Conheço ela bem e sabia que ia me pedir um tempo só com seus filhos. Eu respondi que interiormente já tinha me preparado para isso durante todos estes anos", afirmou Lecompte em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal "El Tiempo".

Lecompte desmentiu os rumores sobre as causas do distanciamento e negou que seja por uma suposta relação sentimental sua com uma mexicana durante os anos em que Betancourt ficou seqüestrada.

O publicitário também afirmou que se sentia "muito feliz com o resgate", mas ressaltou que "esperava outra coisa". "Eu esperava um forte abraço", disse.

"Não houve um forte abraço. Aí fiquei ao lado, com muita dignidade. Jamais fui protagonista na vida pública de Ingrid", acrescentou.

Além disso, o publicitário disse não se incomodar com o fato de Betancourt ter se referido a seu ex-marido, Fabrice Delloye, de forma carinhosa. "Eles têm uma relação como de irmãos" é "o pai de seus filhos", comentou.

A ex-candidata à Presidência da Colômbia, que também tem nacionalidade francesa, foi libertada junto com outros 14 reféns das Farc em 2 de julho, em uma operação do Exército colombiano.

Fonte: Folha Online


Polícia Federal prende Celso Pitta, Daniel Dantas e Naji Nahas

Polícia Federal prende Celso Pitta, Daniel Dantas e Naji Nahas


  • Lula Marques/Folha Imagem

    O banqueiro Daniel Dantas

  • João Sal/Folha Imagem

    O ex-prefeito de SP Celso Pitta

  • Lula Marques/Folha Imagem

    O mega-investidor Naji Nahas

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Naji Nahas na operação denominada Satiagraha, que investiga desdobramentos do caso mensalão. Todos eles foram presos em suas residências nesta manhã.

Segundo informações preliminares fornecidas pela assessoria de imprensa do órgão ao UOL, Celso Pitta e Naji Nahas foram presos em São Paulo, e Daniel Dantas, no Rio de Janeiro.

De acordo com a Polícia Federal, foram expedidos 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão. A PF informou que os três detidos encabeçam uma suposta quadrilha que teria cometido crimes financeiros. As investigações do caso começaram há um ano e meio.

No total, cerca de 300 policiais de quatro capitais brasileiras estão trabalhando na operação: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília.

À agência Reuters, a PF informou que Dantas é acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal e evasão de divisas. A assessoria não tinha informações, no entanto, sobre quais são as acusações contra Pitta e Nahas.

O advogado de Daniel Dantas, Nélio Machado, disse em entrevista à GloboNews que a prisão do banqueiro é "arbitrária e desnecessária". "Daniel Dantas é um empresário reconhecido pela competência e vem sendo estigmatizado como se fosse transformado em inimigo público", disse.

Dantas soube da operação da PF há dois meses

Personagem crucial no processo de aquisição da Brasil Telecom pela Oi, o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e seus principais sócios e executivos estavam no alvo da Polícia Federal desde o mês de abril, sendo investigados por supostos crimes financeiros após informações encontradas em computador


Fonte: UOL Notícias

Aquecimento Global, Humanidade tem 7 anos para controlar emissões

Humanidade tem 7 anos para estabilizar emissões, diz IPCC


O presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) da Organização das Nações Unidas, Rajendra Pachauri, afirmou que a humanidade tem apenas sete anos para estabilizar as emissões de gases que causam o efeito estufa.

"Temos uma janela de oportunidade de apenas sete anos, pois as emissões terão que chegar ao máximo até 2015 e diminuir depois disso. Não podemos permitir um atraso maior", afirmou. Pachauri disse a ministros da União Européia, que participam de uma reunião de dois dias em Paris, que as tentativas de enfrentar o problema vão fracassar se o bloco não assumir a liderança nas negociações mundiais.

"Se a União Européia não liderar, temo que qualquer tentativa de fazer mudanças e de gerenciar o problema da mudança climática vai desmoronar", disse. "Vocês não conseguirão trazer os Estados Unidos, a América do Norte (para as negociações). Vocês não conseguirão trazer outros países do mundo também." Limite A União Européia quer limitar o aquecimento total desde a época pré-industrial a dois graus, objetivo também estabelecido por muitos cientistas.

Pachauri também alertou para esta meta, pois, segundo ele, estão surgindo provas de que a mudança climática está se acelerando mais do que o previsto. Ondas de calor e enchentes estão aumentando e as temperaturas subindo, o que causa o derretimento das geleiras.

Atualmente estão ocorrendo negociações para um novo acordo global que possa substituir o Protocolo de Kyoto, quando seu prazo de vigência for encerrado em 2012.

Em 2007 o IPCC e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore dividiram o prêmio Nobel da Paz, pelo trabalho de pesquisa e alerta a respeito do aquecimento global

Ingrid Betancourt é resgatada com sérios problemas de saúde

Governo colombiano anuncia resgate de Ingrid Betancourt e outros 14 reféns

Das agências internacionais
Em Bogotá (Colômbia)
Atualizado às 17h42

O governo da Colômbia anunciou nesta quarta-feira o resgate de Ingrid Betancourt, três reféns americanos e de outros 11 seqüestrados que estavam sob o poder das Farc.

De acordo com o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, o resgate foi realizado em zona de selva a 72 km da capital do departamento de Guaviare, em uma operação realizada pelas forças armadas colombianas. Os reféns estão em boas condições de saúde, informa o ministro.

"Seguiremos trabalhando na libertação dos demais seqüestrados. Fazemos um apelo aos atuais líderes das Farc para que não se matem, libertem os outros reféns e não sacrifiquem seus homens", disse Santos.

A senadora e então candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt foi seqüestrada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no dia 23 de fevereiro de 2002, junto com sua companheira de chapa Clara Rojas. A ação aconteceu perto de San Vicente del Caguán, 740 km ao sudeste de Bogotá, durante o governo de Andrés Pastrana.

Já os três norte-americanos, Thomas Howes, Marc Gonsalves e Keith Stansell, eram trabalhadores a serviço da Departamento de Defesa dos EUA em missão antidrogas que foram seqüestrados quando o avião em que estavam caiu na Colômbia em fevereiro de 2003.

As Farc, que chegaram a contar com 17 mil membros, hoje estão localizadas em áreas remotas da selva, com cerca de 9.000 combatentes. Só neste ano, a guerrilha já perdeu três líderes.
  • Alain Keler/Reuters

    No dia em que foi seqüestrada (23.fev.2002), Betancourt aparece com soldados colombianos

  • Reprodução/AP

    Betancourt aparece pela segunda vez em vídeo divulgado pelas Farc em agosto de 2003


Repercussões
A irmã de Betancourt, Astrid, disse a uma rádio colombiana que "foram longos anos de espera" pela liberdade da irmã.

Lorenzo Delloye-Betancourt, filho de Ingrid, disse que sua soltura após seis anos de cativeiro é "a notícia mais bonita de minha vida, se for verdade".

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo, que passou seis anos como refém das Farc, se declarou emocionado pela libertação de quinze pessoas.

Já na França, país que vinha fazendo grandes esforços em favor da liberdade de Ingrid, Herve Marro, porta-voz de um grupo de apoio disse: "eu gostaria de agradecer a todos os envolvidos, incluíndo o presidente Nicolas Sarkozy".

Deputados franceses de todos os grupos parlamentares comemoraram a libertação de Betancourt e pediram que os reféns que permanecem nas mãos das Farc não sejam esquecidos.

O seqüestro de Betancourt
A franco-colombiana Ingrid Betancourt foi seqüestrada em 2002 e virou símbolo dos acordos conflituosos entre as Farc e o governo colombiano. Nas eleições em que Betancourt concorria como candidata à presidência, foi eleito Álvaro Uribe, partidário da linha dura com a guerrilha.

Já no poder, Uribe revela um plano para enviar rebeldes presos ao exterior, com apoio da França, em troca da libertação de seqüestrados políticos. A troca seria de 45 reféns, incluíndo Betancourt por 500 guerrilheiros presos.

Em 9 de julho de 2003, a França envia um avião a Manaus, na Amazônia brasileira, para uma eventual libertação de Betancourt, numa operação secreta que fracassa.

Em dezembro de 2004, o presidente colombiano Álvaro Uribe liberta 23 guerrilheiros para destravar o bloqueio a um acordo. No dia seguinte, as Farc pedem a libertade de 500 rebeldes.
  • Marc Gonsalves...

  • Thomas Howes...

  • ... e Keith Stansell.

    Eles eram trabalhadores a serviço da Departamento de Defesa dos EUA em missão antidrogas.

    Foram seqüestrados em fevereiro de 2003 quando o avião em que estavam caiu na Colômbia.



Um ano depois, em 13 de dezembro de 2005, França, Espanha e Suíça propõem negociar a troca de reféns por prisioneiros em uma pequena propriedade rural no sudeste da Colômbia, com observação internacional. Uribe aceita. Mas em 2 de janeiro de 2006, a guerrilha diz desconhecer a proposta européia e considera que negociar seria favorecer Uribe, que estava em campanha para reeleição.

Uribe é reeleito para um segundo mandato. No início de 2007, Uribe diz ante a cúpula da polícia que o ano será "crucial para resgatar os seqüestrados". A França e a família de Betancourt se opõem a uma operação militar.

Em 28 de abril, o policial John Frank Pinchao, que partilhava o cativeiro com Betancourt, consegue escapar e conta que ela permanece num acampamento na selva do sudeste da Colômbia.

Em 6 de maio, em seu primeiro discurso após ser eleito presidente da França, Nicolas Sarkozy afirma que não esquecerá da sorte de Betancourt. No mês seguinte, Uribe começa a liberar mais de 120 guerrilheiros, entre eles o chamado "chanceler" do grupo, Rodrigo Granda, cuja liberdade foi solicitada por Sarkozy.

Em 17 de agosto, o presidente venezuelano Hugo Chávez aceita fazer a mediação entre as Farc e Uribe. Três meses depois, porém, Álvaro Uribe suspende a mediação de Chávez junto aos rebeldes, acusando o presidente venezuelano de ingerência nos assuntos internos da Colômbia.

No final de dezembro do ano passado, a guerrilha anunciou a intenção de entregar a Chávez a ex-deputada Consuelo González, a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas e o filho dela, Emmanuel, nascido em cativeiro. A decisão é um ato de "desagravo" ao afastamento do venezuelano da negociação.

Em 10 de janeiro, as Farc libertam as duas políticas em uma região na selva do departamento de Guaviare. No começo de fevereiro, o anúncio de mais três libertações. Em 27 de fevereiro, são entregues os ex-parlamentares Luis Eladio Pérez, Orlando Beltrán, Gloria Polanco e Jorge Eduardo Gechém.

Advogado compadre de Lula admite que seus contratos com a VarigLog pode chegar a 5 milhões de dólares


Compadre de Lula admite que

tem 5 milhões de dólares em contratos

de negócios que envolve a união.


O advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, disse que pode chegar a US$ 5 milhões o valor total de seus contratos com a VarigLog, entre honorários, custas judiciais e outras despesas.


Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), a quantia se refere a um ano e dez meses de serviços em mais de 300 processos, e não apenas a sua atuação na venda da companhia, em 2006, para o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros.


O negócio foi posto sob suspeita pela ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu, que denunciou ter sido pressionada pela Casa Civil para não exigir documentos que pudessem revelar que o sócio estrangeiro era o real controlador da companhia, o que fere a lei.


Em inquérito no Senado na última quarta-feira, Teixeira disse ter recebido US$ 350 mil da VarigLog entre março e junho de 2006.


Um dos sócios brasileiros, Marco Antonio Audi, disse que Teixeira recebeu US$ 5 milhões "para resolver" o problema. Teixeira negou ter usado sua influência e disse que o valor recebido era "bem menor", sem falar em números.


A assessoria do advogado informou que ele não voltou atrás em suas declarações e desmentiu Audi.


Histórico


O escritório de Teixeira passou a atuar no caso depois que a venda da Variglog para o fundo norte-americano já havia sido aprovada pelo DAC (Departamento de Aviação Civil), que foi posteriormente substituído pela Anac.


Teixeira foi acusado pela ex-diretora da Anac Denise Abreu de ter usado sua suposta influência junto ao governo para pressionar a agência a favor de seus clientes.


Os problemas com Denise começaram quando ela reabriu o processo de venda, contestando as informações sobre a presença de capital estrangeiro na empresa além do limite permitido pela legislação, de 20%.


A briga continuou depois da confirmação pela Anac, por unanimidade, de que a venda não feria a legislação. Quando a VarigLog comprou a Varig, Denise teria agido para impedir que a empresa pudesse voar.


Negócios


A VarigLog é a ex-subsidiária da Varig de transporte de cargas. A companhia é alvo de um imbróglio empresarial envolvendo o fundo Matlin Patterson e os sócios brasileiros, que travam disputas judiciais no Brasil e no exterior desde a metade do ano passado.


O fundo se associou, por meio da Volo do Brasil, com três brasileiros para controlar a empresa, mas houve um desentendimento na gestão dos recursos recebidos pela venda da Varig para a Gol --a VarigLog comprou as operações da Varig em leilão por US$ 24 milhões e depois revendeu a companhia aérea à Gol por US$ 320 milhões.


Por conta das disputas judiciais, há meses a VarigLog enfrenta sérios problemas, como suspensão de serviços e arresto de aeronaves por falta de pagamento a fornecedores e prestadores de serviços. Os funcionários também estão com salários atrasados, enquanto outras centenas foram demitidos.


Em abril, o juiz José Paulo Magano determinou a volta do fundo americano para a gestão da VarigLog e excluiu os brasileiros da sociedade. À época, o advogado Nelson Nery Junior, que representa o Matlin, informou que havia sido fixado pagamento de US$ 428 mil para cada um dos três sócios.


O juiz também mandou bloquear uma transferência de recursos da conta na Suíça da VarigLog para o Brasil e afastar Lap Chan, então gestor do fundo, do comando da empresa. Sobre isso, Nery Junior afirmou que o dinheiro seria usado na criação de uma linha de crédito para socorrer a empresa e não era uma tentativa de desvio.


Fonte: A reportagem está na Folha desta

segunda-feira, que já está nas bancas.

PF mobiliza mil policiais na maior operação do ano em sete Estados

Agora quase todos acham que podem roubar


Depois de CPI pra cá, CPI pra lá, prende e solta, dinheiro em malas, cuecas e sabe-se la onde mais, a grande maioria dos que tem acesso ao dinheiro público se acha no direiro de fazer o mesmo, e arrumar a vida, então praticamente antes de começar as obras o PAC, muitos já fizeram o seu PAC pessoal.

Leia essa matéria publicado a pouco no UOL

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta manhã a operação denominada João-de-Barro para apurar desvio de verba pública oriunda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em sete Estados do país. Com a participação de mil policiais, estão sendo cumpridos 38 mandados de prisão e 231 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal.


Segundo a PF, é a maior operação do ano em número de policiais envolvidos. Só em Minas Gerais estão sendo investigadas 15 prefeituras, inclusive a de Belo Horizonte.



A suspeita é que a verba destinada à compra de material de construção de casas populares tenha sido apropriada de forma fraudulenta por gestores públicos e empresários do setor de construção.



Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) em 29 cidades do leste de Minas Gerais apontou indícios de fraudes na execução das obras de construção de casas populares e estações de tratamento de esgoto nas localidades.



Segundo a PF, após essa constatação, iniciou-se uma operação para desarticular um esquema no qual havia a compra de material com qualidade inferior ao que fora planejado no projeto inicial de construção das moradias populares.


Ainda há a acusação de diminuição da área determinada na planta para ser construída ou até a não-realização da construção do imóvel.



Ainda de acordo com a PF, o desvio era feito nas chamadas "Transferências Voluntárias", recursos financeiros transferidos pela União aos Estados e municípios e o Distrito Federal por meio de convênios firmados ou por empréstimos contraídos na CEF (Caixa Econômica Federal) ou no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).



Os projetos apresentados dentro do programa e que estão sob suspeita de irregularidades já receberam o montante de cerca de R$ 700 milhões. A operação iniciada hoje tenta coibir o repasse de mais R$ 2 bilhões para projetos sob suspeição, conforme informou a PF.



Em Minas Gerais, os agentes federais fazem buscas para recolher documentos que comprovem
a fraude em cidades importantes do Estado, como Contagem, Vespasiano, Sabará, Nova Lima, Ribeirão das Neves, localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, além das cidades de Montes Claros, Governador Valadares, Divinópolis, Teófilo Otoni, Varginha, Formiga, Oliveira e Juiz de Fora.



Todos os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os mandados de prisão foram expedidos pelo Juiz Hermes Gomes, da 2ª Vara de Governador Valadares/MG, segundo informou a Polícia Federal.

Assim também já é demais

Trapaças, mentiras, dinheiro alheio e vídeo taipe

Em vídeo comprometedor, prefeito menciona Zé Dirceu

O vídeo acima foi obtido numa batida da Polícia Federal. Divulgou-o a revista Época. Mostra o prefeito de Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani (PTB), numa cena de corrupção explícita.

Chama-se Francisco José Carapinha o personagem que contracena com o prefeito Bejani. Conhecido como Bolão, ele é dono de uma empresa de ônibus.

Carlos Bejani e José ‘Bolão’ Carapinha foram recolhidos ao cárcere nesta quinta-feira (12). De acordo com a apuaração da PF, deu-se o seguinte:

1. Bolão ficara incubido de passar o chapéu junto a empresas de ônibus que operam em Juiz de Fora. Recolheria propina a ser entregue ao prefeito;

2. Em troca, o alcaide Bejane reajustaria o preço das passagens que doem no bolso dos usuários;

3. As filmagens, segundo a PF foram feitas pelo coletor Bolão. Há um lote de oito DVDs, gravados à revelia do prefeito, com câmera escondida;

4. O lote de DVDs expõe todo o ciclo do malfeito –da negociação ao pagamento da propina. A passagem de ônibus foi efetivametne reajustada em Juiz de Fora;

5. O prefeito Bejane não é cliente novo da PF. Fora detido, em abril passado, numa operação batizada de Pasargada. Em sua casa, a polícia recolhera R$ 1 milhão;

6. Solto graças a um habeas corpus expedido pelo Tribunal de Justiça mineiro, Bejane saiu-se com uma versão que, descobriria a PF, não passava de lorota;

7. O encrencado dissera que o dinheiro que escondia em casa viera da venda de uma fazenda. Investigada daqui, interroga dali a PF chegou às provas contidas nos DVDs;

8. Ao descobrir que o comparsa Bolão o filmara à sua revelia, Bejane obteve, não se sabe como, o resultado da filmagem. Guardou os DVDs num cofre da prefeitura. Não imaginava que o ambiente seria varejado pela PF;

9. No vídeo da propina, o protagonista Bejani comenta com o coadjuvante Bolão detalhes de um outro negócio que estava na bica de fechar;

10. Súbito, pinga dos lábios de Bejane um nome conhecido nacionalmente: José Dirceu (PT-SP). A fita é de 10 de maio de 2006;

11. Enquanto confere a grana recebida de Bolão, Bejane confidencia: “Eu tenho uma reunião com José Dirceu, três horas, em Belo Horizonte. Tô liberando setenta milhões”.

12. O prefeito acrescenta: "Setenta milhões! ‘Cê’ sabe quanto que dá isso? Sete milhões de comissão".

13. Naquele 10 de maio de 2006, Dirceu esteve mesmo em Belo Horizonte. Já era, então, um ex-ministro. A Câmara passara seu mandato de deputado na lâmina havia seis meses;

14. No texto que enviou à Justiça, a PF anota que a captação dos R$ 70 milhões mencionados pelo prefeito “teria sido intermediada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu”;

15. Sobre os R$ 7 milhões, a PF escreveu que teria entrado no negócio, “provavelmente a título de propina;

16. Eis o que disse Dirceu, por meio do advogado José Luiz Oliveira Lima: “Jamais prestei consultoria, fiz intermediações ou tive qualquer negócio com o prefeito [...]. Recebi ligações telefônicas do prefeito Bejani como recebo de outros prefeitos e parlamentares. Não me recordo de ter encontrado com ele no dia 10 de maio em Belo Horizonte”,

17. A PF verificou que, 50 dias depois do suposto encontro, o ministro Márcio Fortes (Cidades) desembarcou em Juiz de Fora. Foi assinar um contrato com a prefeitura;

18. Sob o número 0161600373, trazia um valor anotado: R$ 70 milhões. Dinheiro a ser usado na despoluição de um rio –R$ 63,2 milhões da Caixa Econômica Federal, mais uma contrapartida de R$ 6,3 milhões da prefeitura;

19. A Caixa já repassou às arcas da prefeitura de Bejane R$ 1,86 milhão desse contrato.



Fonte: Blog do Josias

 
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