Lula não cabe em Brasília. Continua rolando de paisagem em paisagem, de idioma em idioma. No Brasil, é um mercador do PAC. No estrangeiro, alardeia as vantagens do biocombustível. Neste sábado, o presidente encontra-se na África.
Assinou com o presidente de Gana, John Kufuor, dois pares de acordos bilaterais. Tratam de combate à Aids, manejo florestal, cultivo de mandioca e, claro, biocombustíveis.
Numa colher de chá aos repórteres que o acompanham, Lula deitou falação contra os aataques da comunicadade internacional aos supostos danos que o biocombustível impõe à produção de alimentos. O presidente acomodou todas as culpas nos ombros dos EUA.
"As políticas de biocombustíveis só têm um equívoco, que é a decisão americana de produzir álcool do milho", disse ele. "Certamente que isso reflete no preço de um produto que é importante para a ração animal, que é o milho."
O repórter Fábio Zanini, que trocou recentemente o conforto da cobertura jornalística brasiliense por um périplo africano, acompanha a passagem de Lula por Gana. Grudou os olhos num personagem que costuma passar despercibido: Sérgio Ferreira, o tradutor de Lula.
Zanine ficou com pena de Sérgio. Não é fácil verter para outro idioma. John Kufuor se expressa em língua inglesa. Do alto de sua informalidade, Lula chamou-o de “companheiro”. E o tradutor: “colleague” (colega) e “brother” (irmão).
A partir deste domingo, Lula participa de uma reunião da Unctad. Disse que só foi ao encontro porque ele se realiza “em gana”. O tradutor Sérgio Ferreira entendeu “engana”. Empacou. Lula fuzilou-o com os olhos: “Estou dizendo que a reunião é em Gana”, repetiu. Ah, bom!
Fonte: Blog do Josias de Souza/Folha Online
0 comentários:
Postar um comentário