Mãe confessa de matou filho de apenas 3 anos de idade


Mãe confessa assassinato

Vendedora afirma que matou o próprio filho a mando de "vozes" que vinham na cabeça

A vendedora de semi-jóias Lavínia Brandão Pinheiro, 27, confessou que matou afogado o filho Pedro Henrique Pinheiro de Godoy, de apenas três anos, a mando de vozes que vinham de dentro da cabeça dela e diziam para matar o filho e depois se matar. Em mais de sete horas de depoimento ela narrou os detalhes do crime, dizendo que tentou por fim a vida dela e filho ateando fogo ao corpo com óleo de cozinha, com a explosão de um botijão de gás e por fim, optou pelo afogamento na caixa d"água no quintal de casa. Além dos delegados os depoimentos foram acompanhados por advogados, uma promotora e uma defensora pública, além da médica psiquiatra que atestou que a acusada apresentava um "quadro psicótico com estado de delírio persecutório" (mania de perseguição). Apesar de durante o depoimento dizer que sentia saudades de brincar com o filho e abraçá-lo, em nenhum momento a acusada demonstrou emoção mais forte ou chorou, informou o delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O menino foi sepultado ontem, às 11h30, no cemitério Parque Cuiabá, em cerimônia acompanhada por familiares e pelo pai, o analista de Tecnologia de Informática (TI), Antônio Carlos de Godoy, 52. Ele assegurou que nunca soube que a ex-companheira, de quem se separou quando o filho tinha apenas seis meses, estivesse enfrentando problemas psiquiátricos Garantiu que se a família dela tivesse comunicado o fato a ele, teria procurado dar apoio com tratamento médico.


Apenas suspeitou que a ex-mulher estava mesmo estranha, quando no dia último dia dois, quando o filho fez aniversário, ela teria impedido que outra filha dele, mais velha, encontrasse o menino para parabenizar e dar o presente. Mas acreditou que fosse uma atitude de momento. Segundo ele, Lavínia sempre teve um comportamento exemplar com o filho e era muito carinhosa e cuidadosa, chegando a ser possessiva. "O que me deixa magoado é o fato da família não ter me dito que ela vinha enfrentando problemas psicológicos. Talvez se eu soubesse poderia ter evitado a tragédia", comentou o pai logo após o sepultamento do menino, a quem, segundo ele, visitava com freqüência. Assegurou que também havia achado estranho o fato da ex-mulher ter mudado de casa pelo menos três vezes este ano.


Lavínia foi presa depois de retornar para a residência no bairro Renascer, em Cuiabá, pouco depois das 14 horas de terça-feira (6). O corpo do menino teria sido localizado na caixa d"água pela manhã, cerca de 14 horas após o crime. A irmã de Lavínia, Luzivalda Brandão Pinheiro, que morava ao lado da casa deles, acionou a Polícia. Em depoimento na delegacia a mãe disse que depois de afogar o filho, fugiu e depois teve um lapso de memória. Acordou no meio de um matagal, com o dia claro. Apresentava ferimentos e arranhões nas costas e nos braços e não se lembrava do que aconteceu neste período. Então resolveu voltar para casa, quando acabou denunciada e presa.


Ela confirmou que realmente disse aos familiares que vinha ouvido as vozes, mas as irmãs falaram que ela estava maluca e que estas vozes não existiam. A polícia confirmou que realmente ela havia agendado para hoje (8), uma consulta médica com um psiquiatra da policlínica do bairro Planalto. A médica Andreia Fetter Torraca, disse que há cerca de um ano e meio a paciente havia abandonado o tratamento que fazia com ela, não aparecendo mais no consultório. A médica atestou que ela é depressiva e pediu pela internação da paciente. Ontem, por volta das 20h, Lavínia foi transferida da DHPP para o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, onde permanecerá mediante determinação do juiz Valter Pereira de Souza, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá.


Fonte: Jornal A Gazeta

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